-Meus pais pediram pizza e estão nos
esperando- eu disse caminhando até ela. Demi estava sentada na varanda e
pareceu não prestar atenção no que eu disse- Demi?
-Ah desculpa- ela balançou a cabeça,
me encarando e depois voltando a encarar a rua.
-Que foi?- me abaixei ao seu lado.
-É que... eu tenho quase certeza que
eu vi alguém olhando pra cá e depois que me viu, a pessoa sumiu- deu de ombros.
-Você não tá muito paranoica não?-
perguntei sorrindo meigamente.
-Posso estar paranoica, mas não tô
maluca ainda, Joe- ela sorriu também.
-Ok, então mais um motivo pra você ir
comigo lá pra casa e esperar a sua mãe chegar.
-Sua casa?- ela ergueu a sobrancelha.
-Você não ouviu mesmo o que eu disse?
-Tem pizza no
meio, né?- ela sorriu divertida. Segurei sua mão e nós levantamos juntos.
Demi apagou as
luzes da casa e fechou a porta. Enquanto caminhávamos de mãos dadas, ela olhava
a rua escura ao seu redor.
-Tá vendo? Não
tem ninguém- eu disse levando uma das minhas mãos à sua cintura.
-Não vou discutir
com você. Tinha alguém aqui sim, bem atrás desse carro- ela apontou para um
carro preto que estava estacionado do outro lado da rua.
-E você acha que
é o tal do professor?- perguntei- Qual o nome verdadeiro dele?
-Mario-
respondeu- E eu não vi quem era, só vi alguém, dá pra você parar de agir como
se eu tivesse doida, vendo coisas?
-Tá bem,
desculpa- eu ri brevemente antes de beijá-la no topo da cabeça.
Quando entramos
em casa, minha família estava espalhada, cada um em um canto. Meu pai estava na
cozinha com uma garrafa de cerveja nas mãos. Minha mãe fazia alguma coisa nada
importante e meus irmãos estavam discutindo por algum motivo no sofá, cada um
com um prato de pizza nas mãos.
-Boa noite,
família unida- eu disse ironicamente, trazendo Demi para dentro.
-Meus amores-
minha mãe caminhou até nós com um sorriso estampado no rosto- Podem se servir e
sentar onde preferirem porque...- deu de ombros.
-Seu plano de
jantar em família não funcionou?- eu supus, sorrindo e ela assentiu.
-Nunca
funcionaria, não estamos em família- eu ouvi Melissa resmungar do sofá. Por
sorte, Demi estava entretida falando com a minha mãe e não ouviu a cobra
falando.
-Eu tô de olho em
você- eu disse quando cheguei perto dela e do meu irmão menor. Remexi o cabelo
de Frankie e ele sorriu na minha direção. Melissa manteve a mesma expressão emburrada.
-E eu não tenho
medo de você- ela disse.
Revirei os olhos
e me afastei. Às vezes eu cansava de Melissa. Quando o Alex deu um fora nela,
eu estava lá. Eu sempre tentava manter a paz mesmo que implicasse com ela na
maior parte do meu tempo. Só que ela exagerava muito e ultrapassava qualquer
limite aceitável.
-Então vocês
estão namorando- meu pai comentou com um sorriso enquanto preparava uma pasta
ou sei lá o que era aquilo.
-Estamos- Demi
respondeu ficando do meu lado. Eu segurei sua mão e me apoiei na bancada da
cozinha, pegando dois pratos.
-Olha Demi, eu
sei que esse garoto não é santo, mas qualquer coisa você só tem que vir falar
comigo que eu dou um jeito nele, ok?!- piscou e Demi assentiu sorrindo.
-Você devia dar
um jeito na sua filha também- murmurei quando vi Melissa do outro lado da mesa,
pegando mais um pedaço de pizza.
-Sabe mãe, isso
não é um problema, o Joe e a Demi são perfeitos um para o outro- sorriu
falsamente- Ela também tá longe de ser santa.
-Qual o seu
problema?- eu perguntei irritado.
-Não comessem-
meu pai repreendeu.
-Foi ela- eu
disse.
-Eu só disse a
verdade. Vão me repreender por falar a verdade também?
-Não liga, Demi-
minha mãe disse educadamente- Melissa eu acho que a gente vai precisar ter uma
conversa mais tarde.
-É por isso que
eu amo essa família- ela sussurrou irônica.
-É por isso que a
gente te ama também- eu respondi no mesmo tom, com um sorriso muito falso no
meu rosto.
-Vocês se
merecem- ela virou-se pronta para subir a escada.
-Graças a Deus,
né?!- virou-se novamente quando eu falei- Antes merecer alguém que eu amo do
que não merecer ninguém- Demi me encarou um pouco preocupada quando eu disse
isso. Eu devia imaginar a bomba que estava por vir.
Então ela se
virou com o prato e o copo nas mãos e, do 3 degrau, tacou todo o suco em cima
de mim.
-Você tá maluca,
sua idiota?- eu a encarei estático com o suco por todo o meu corpo.
-Eu te odeio- ela
resmungou- Você não tinha o direito- seus olhos pareciam marejados, mas se ela
fosse chorar ali, seria de raiva, com certeza. Ah claro, só porque o
namoradinho perfeito dela tinha lhe dado um chute na bunda e ela ainda tava
sensível com isso. Por esse motivo eu não podia dizer a verdade? E ela podia
falar o que quisesse da minha namorada? Não era bem assim.
Eu peguei a
primeira coisa que vi na minha frente e taquei nela. E foi um pedaço de pizza.
Quando eu acertei bem no meio da cara dela, meus pais caíram na real e
começaram a tentar impedir. Demi continuava parada onde estava desde o início,
sem falar uma palavra.
-Você é uma
falsa, Melissa.
-Vocês dois,
parem agora- meu pai disse com a voz firme.
Só que depois da
bronca, Melissa pegou o pedaço de pizza que estava no seu prato e tacou em
Demi, que ficou completamente paralisada, com uma expressão assustada no rosto.
Seu cabelo tinha agora molho de tomate como cobertura.
-Melissa já
chega- minha mãe gritou e caminhou na direção dela.
Mas nesse
momento, meu irmão menor se aproximou calma e receosamente de mim e tacou um
pedaço de pizza em mim também.
-Isso não é
guerra de comida, Frankie- eu disse obviamente. Ele arregalou os olhos e voltou
correndo para o sofá. Agora estávamos eu, Melissa e Demi completamente sujos e
nojentos.
-Desculpa por
isso, Demi- meu pai se aproximou com uma careta- Essas crianças não aprendem-
resmungou.
-Eu acho melhor
vocês se lavarem- minha mãe sugeriu, pegando Melissa pelo braço e a levando
para seu quarto.
-Me larga- ela
bufou irritada e caminhou na direção do jardim.
Eu me encarei dos
pés a cabeça e encarei Demi também. Ela ainda parecia não entender muito bem
toda a situação por mais que fosse bem simples. Segurei sua mão e nós subimos
até o meu quarto.
-Isso... –ela
começou dizendo quando eu fechei a porta atrás de nós.
-Desculpa por
isso- eu a interrompi.
-Acontece
sempre?- ela prosseguiu com uma expressão confusa. Eu tive que rir e após um
tempo acabamos os dois por rir.
-Nunca tinha
acontecido com comida- eu dei de ombros.
-Nossa- foi o que
saiu da sua boca.
-Cara a minha
irmã é uma víbora- eu disse sentindo Demi me puxar pelo braço.
-Até que foi
engraçado- ela riu- Eu não me importo com o que ela disse, sério.
-Eu gosto muito
mesmo disso em você- comentei me aproximando e colocando uma mexa de seu cabelo
para trás da orelha- E pensando agora foi bem engraçado- concordei.
Nós juntamos
nossos lábios em um beijo calmo, mas quando senti minha roupa ainda molhada, o
cheiro de pizza e de suco, me afastei um pouco.
-Isso tá nojento-
ela comentou com uma careta e eu assenti.
-A gente devia
dar um jeito nisso- eu sussurrei aproximando nossos lábios novamente. Demi
concordou, mesmo sem saber o que eu queria fazer para resolver o nosso
“problema”.
Eu tranquei a
porta atrás dela e a puxei pela cintura, caminhando pelo quarto até chegar ao
banheiro. Empurrei Demi cuidadosamente para dentro e fechei a porta atrás de
nós. Ainda beijando-a, eu liguei o chuveiro com a mão que não estava presa à
sua cintura.
-Você é esperto-
ela sorriu entre o beijo e se afastou com calma- Você pode me beijar o quanto quiser
desde que nós estejamos limpos- eu ri com a ordem.
-Então quer dizer
que quando a gente estiver debaixo daquele chuveiro eu posso te beijar o quanto
quiser?- perguntei divertido, encarando-a com um sorriso malicioso.
-Você pode fazer o
que quiser debaixo daquele chuveiro- ela disse e eu sorri ainda mais.
Afastei-me e
tirei minha blusa, jogando-a em algum lugar.
-Ai que...- ela
parou de falar, fazendo uma careta- Eca- murmurou tirando sua camisa e tocando
o cabelo sujo de molho. Eu apenas ri alto.
Ela tirou o short
e eu ia tirar a calça, mas decidi esperar que ela terminasse de se despir,
porém ela não o fez. Apenas encostou-se ao blindex e ficou me encarando,
abraçando a si mesma.
-Você não toma
banho assim- eu comentei sorrindo na direção dela. Demi deu de ombros abaixando
a cabeça e depois voltando a me encarar.
-Prefiro quando
você tira pra mim- disse- É mais emocionante- rimos juntos.
Eu apenas assenti
e tirei minha calça, ficando apenas com a box. Aproximei-me e entrei debaixo
d’água, puxando-a junto. Aproximei nossos lábios e depois de um selinho
demorado, ela me empurrou com carinho.
-Ainda tô suja-
disse.
Eu peguei o
sabonete e mostrei para ela, que sorriu animada. Eu segurei sua cintura e a fiz
virar, ficando de costas para mim. Segurei seu cabelo e joguei para um lado,
deixando suas costas livres. Aproximei meu rosto da sua nuca e calmamente
comecei a deslizar o sabonete por sua pele.
-Você já fez isso
antes?- eu perguntei notando a respiração descontrolada dela.
-Você quer saber
se alguém já fez isso comigo antes- ela forçou uma risada abafada. Eu sussurrei
um “Uhum” no ouvido dela e acariciei sua cintura com a mão livre do sabonete-
Não- ela confessou e eu abri um pequeno sorriso.
Ensaboei as
costas dela e alisei sua cintura com as mãos escorregadias. Desci o sabonete
até seu quadril e segui por suas pernas. Eu ia sempre acariciando-a
conforme a ensaboava e ouvia seus
suspiros de vez em quando. Terminei a parte de trás e, ainda abaixado na altura
de suas pernas, eu segurei seu quadril virando-a novamente. Olhei para cima e
vi Demi sorrindo com uma de suas mãos no rosto. Eu ri e ela se juntou a mim,
sacudindo a cabeça em reprovação.
Comecei por seus
pés e subi delicadamente, beijando a parte interna de sua coxa. Mordi a borda
de sua calcinha com um sorriso no rosto e a ouvi sussurrar meu nome. Subi por
sua barriga e finalmente larguei o sabonete de lado. Minhas mãos ainda estavam
cheias de espuma e por isso eu segurei sua nuca juntando nossos lábios. Nos
envolvemos em um beijo lento e apaixonado, ensaboado também, e Demi se afastou
um pouco.
-Acho que é a
minha vez- ela deu de ombros, um pouco tímida. Eu amava isso nela, porque a
maior parte que eu conhecia sobre Demi não tinha nada de timidez. E quando ela
parecia envergonhada era simplesmente fantástico e surpreendente ao mesmo
tempo.
Talvez fosse
porque ela soubesse o que estava fazendo quando estávamos juntos na cama, sabia
muito bem e tinha experiência. Mas quando se tratava de algo não muito comum,
ela parecia achar que de alguma forma faria aquilo errado. O pensamento mais
estúpido de todos.
Ela fez
basicamente o mesmo comigo, só que com mais sensualidade e provocação, claro,
porque era disso que ela gostava e ela era boa nisso. Suas mãos passaram por
todas as partes do meu corpo, sempre quentes e macias, fazendo-me ferver por
dentro. O desejo crescia absurdamente dentro de mim e eu sabia que eu tinha que
me controlar, porque ali, naquele momento, o que eu queria mesmo era senti-la
como eu acho que nunca fiz antes.
Suas mãos
deslizaram da minha nuca até meu peito com muita calma e carinho. Demi
distribuiu beijos por todo o meu peito e mordiscou minha orelha me fazendo
apertar sua coxa com força.
Beijamo-nos
conforme ambos nos acalmávamos e eu a empurrei delicadamente até ficarmos
debaixo d’água por completo. Assim eu conseguia acalmar meus hormônios.
-Vira- eu pedi
para ela o fazer, e Demi me encarou desconfiada mas com um sorriso divertido no
rosto- Você ainda tem molho no seu cabelo- avisei enquanto pegava o shampoo.
Eu lavei seu
cabelo, não completamente, apenas coloquei muito shampoo, até demais, e fiz
muita espuma. Comecei a me divertir com aquilo, fazendo penteados divertidos e
vendo como o cabelo adquiria às formas que eu fazia.
-Ei- ela reclamou
roubando o pote da minha mão. Derramou menos shampoo do que eu nas mãos, porém
mesmo assim fez tanta espuma quanto no dela.
Nós rimos juntos
e nos divertimos com a espuma, com a água e com tudo que podíamos. Mas eu
mantive Demi virada de costas para mim quando ela enxaguou o cabelo e eu passei
o condicionador. Quando ela estava passando as mãos no cabelo para tirá-lo, eu
abri o fecho de seu sutiã e deslizei as alças percebendo que ela parara o que
estava fazendo antes. Deixei que seu colo ficasse completamente descoberto e
beijei seu pescoço, soltando vários suspiros em seu ouvido. Ela se virou
rapidamente e me beijou intensamente, passando suas mãos por meu cabelo. Eu
segurei-a pela cintura e deslizei minhas mãos por seu corpo.
****-****-****
-Aqui, eu peguei
umas coisas da Melissa pra você- dei de ombros, entregando o bolo de roupa para
Demi que estava sentada na cama, enrolada à toalha, me esperando.
-Ela não vai
fazer um escândalo?- questionou. Era óbvio que Melissa não sabia que eu tinha
pegado aquilo.
-Olha a minha
cara de quem liga- ela riu com o meu comentário.
Depois de se
vestir, ela caminhou até mim com um sorriso meigo.
-Isso até que foi
bem divertido- comentou rindo.
-Depois você me
lembra de agradecer à minha irmã pelo maravilhoso banho que ela nos
proporcionou- contornei sua cintura com meus braços.
-Você não vai
perder essa oportunidade, vai?- Demi riu quando eu neguei.
-Nunca.
-Você vai comigo?
Eu acho que já tá tarde- ela disse.
-Te levo lá-
assenti.
-Você já vai?-
meu pai perguntou quando descemos a escada juntos. Melissa não estava mais lá,
nem Frankie.
-Minha mãe já
deve ter chegado do trabalho, já tá ficando tarde- Demi respondeu com um
sorriso.
-Eu espero que
não tenha ficado traumatizada com a guerra- minha mãe disse e todos rimos, mas
ela parecia mesmo preocupada- E que tenha ignorado o que a Melissa disse.
-Sem problemas,
tia, tá tudo bem- sorriu- Obrigada pela pizza, tava deliciosa.
-Mas você nem
comeu!
-Comi sim, um
pedaço antes de ela vir parar no meu cabelo- brincou e nós rimos.
-Eu vou levar a
Demi em casa- anunciei antes de caminharmos para fora- Pela primeira vez eu
gostei de brigar com a minha irmã.
-Seus pais não
brigam com vocês?- ela perguntou curiosa.
-Eles conhecem a
filha que tem- dei de ombros.
Fomos caminhando
e não trocamos muitas palavras até chegarmos à casa dela.
-É... parece que
a minha mãe já chegou- nós dois olhamos para a casa, que estava com as luzes
acesas em alguns cômodos.
-Não quer que eu
entre com você?- perguntei para prevenir. Eu vi o carro preto ainda parado ali.
-Acho que você tá
ficando muito paranoico- ela brincou e eu revirei os olhos- Tá tudo bem, sério.
Ela com certeza chegou- afirmou.
-Então a gente se
vê amanhã- eu sorri antes de lhe dar um beijo calmo.
Demi sorriu e soltou
minha mão. Enquanto ela entrava em casa, eu voltava para a minha. Até que eu
ouvi um grito, daqueles que você reconhece de longe.
-Demi- eu gritei
já correndo em direção à casa.
Eu não queria
entrar e me deparar sei lá, com a mãe dela ou alguma coisa que não merecesse o
meu desespero. Eu não tinha conseguido identificar o tipo de grito, por isso me
aproximei mais da porta, com a minha mão já na maçaneta.
-Sai de perto de
mim- eu a ouvi dizer com a voz abafada e isso me fez abrir a porta com toda a minha
força.
Deparei-me com
Demi, segurando um taco de baseball e o nosso amigável professor de sociologia,
ou Mario, como preferirem, bem na frente dela, sendo ameaçado com o taco.
-O que você pensa
que tá fazendo?- eu resmunguei e ele automaticamente se afastou dela.
-Isso é entre mim
e a garota, não se mete- resmungou pronto para se aproximar de novo. Ah, se ele
realmente achava que eu ia seguir as ordens dele, mudou de ideia quando a minha
mão voou naquela cara nojenta. Ele caiu no chão quando se desequilibrou e levou
uma das mãos ao canto da boca- Você é meu aluno, seu playboyzinho- ele disse.
Tá, eu não entendi no que isso mudava a minha vontade de matá-lo.
-E ela é minha
namorada, seu desgraçado- eu disse socando-o novamente. Começamos uma briga feia
e eu não prestei muita atenção em Demi, mas eu sabia que ela estava bem, então
não tinha com o que me preocupar agora.
-Você vai se
arrepender disso- sussurrou em meio ao sangue que caía de seu rosto.
-Eu acho que não
sou eu quem vai se arrepender de alguma coisa- respondi depositando toda a
minha raiva ali. Repentinamente eu ouvi um barulho de sirenes e ficou claro pra
mim que era a polícia quando o imbecil começou a tentar escapar. Só que não
seria assim tão fácil-Fica parado ou eu vou arrancar as tuas tripas aqui no
meio dessa sala- eu murmurei esperando que os policiais entrassem e segurassem
o cara.
-Joe sai daí- eu
ouvi Demi pedir, me puxando pela camisa.
-Você chamou a
polícia?- perguntei e ela assentiu como se fosse óbvio. Apoiei-me na mesa pra recuperar
o equilíbrio e ela segurou meu rosto entre as mãos.
-Você tá bem? Ele
te machucou?- perguntou agoniada. Eu forcei um sorriso e segurei suas mãos com
as minhas.
-Não, eu tô bem-
assegurei- Já o professor...- dei de ombros e ela sorriu encarando os policias
colocando as algemas nele.
-Ei- um cara que
parecia ser o chefe dos policias ou sei lá o nome que isso recebe se aproximou
de nós.
-Joe- eu me
apresentei apertando sua mão.
-Bom trabalho
rapaz- ele disse- A gente tem alguns médicos e quites de primeiros socorros lá
fora, não quer ver esses machucados enquanto eu interrogo a menina?
-Você fica bem?-
perguntei à Demi.
-Fico sim, pode
ir lá.
-Depois eu vou
interrogar você também- o carinha com a placa que dizia “Wilden” avisou. Concordei
e caminhei para fora da casa, indo ao encontro dos médicos. Eu não estava
machucado, só tinha algumas coisinhas bobas. O tal do Mario tava bem pior.
Depois de alguns
líquidos ardidos e uns esparadrapos com gaze, eu já estava me sentindo bem
melhor. Talvez só precisasse de um copo d’água e talvez sentar um pouco e
respirar fundo. Pelo menos Demi estava segura, e isso era o que me importava
agora.
Quando entrei na
casa, ela já havia terminado de falar com o investigador e o meu depoimento foi
bem básico. Afinal, a única coisa que eu fiz foi entrar na casa, trocar alguns
elogios com ele e algumas carícias. Resumindo, não fiz nada além de meter a
porrada no filho da mãe.
-Meu Deus o que
tá acontecendo aqui?- a voz da mãe de Demi surgiu do nada e quando ela nos
viu, caminhou apressada e apavorada- Vocês estão bem?
-Sim- Demi disse-
Tá todo mundo bem- levou uma das mãos à cabeça e deitou-a no meu peito. Eu a
abracei por trás e vi o investigador se aproximar para conversar com ela. Afastamo-nos
e Demi respirou fundo.
-Obrigada- ela
disse mexendo no cabelo, nervosa- Eu não sei o que...
-Relaxa, tá tudo
certo agora- eu sorri na sua direção e lhe dei um abraço acolhedor- Não precisa
me agradecer. Eu disse que ele não ia encostar em você. E eu gostei de bater
nele. Foi uma sensação boa.
-É, quem nunca
quis bater em um professor- ela deu de ombros e eu ri concordando- Dá próxima
vez, vê se me dá ouvidos. Eu disse que tinha visto alguém.
-Você não vai
fazer eu me sentir culpado, né?
-Claro que não-
respondeu- Só queria deixar claro que não era paranoia- ela disse divertida e
eu ri -Tem certeza que não tá doendo?- perguntou tocando uma parte roxa do meu
braço. Eu nem tinha percebido aquilo ali.
-Não tá não-
garanti segurando seu rosto- Você quer ficar lá em casa?- perguntei e ela
sorriu depois negou.
-Eu acho que
tenho muito pra conversar com a minha mãe essa noite- deu de ombros- Mas ele já
tá preso, agora eu tô mais tranquila, pode ir, sério.
-Se você precisar
é só me ligar- eu disse- Vou deixar você com a sua mãe- forcei um sorriso. Eu
não queria deixá-la.
-Eu te amo- ela
me deu um abraço apertado- Obrigada, mais uma vez- sussurrou em meu ouvido.
-Não tem de quê-
beijei o topo de sua cabeça.
Então eu saí, mas
não fui direto para casa. Antes eu queria pegar um ar e me acalmar. Depois eu
caminhei até a minha casa e respirei fundo antes de ter que explicar aquilo
para os meus pais.
Continua...
Capítulo imenso, que tal? É o maior que eu escrevi, com toda certeza! Mas vocês não comentaram e eu fiquei triste demais :(
Eu vou entender por causa do Natal e todo o resto, mas comentem, por favor :(
Falando nisso, como foi o Natal, hein? Espero que tenha sido ótimo :3
Amo vocês,
mil beijinhos,
Brubs <3